sexta-feira, 27 de julho de 2012

Pterigio

O pterígio (do grego pterygion, "asinha") caracteriza-se por massa fibrovascular, triangular e elevada, crescendo a partir da conjuntiva em direção à córnea.
Localiza-se principalmente na área interpalpebral, no setor nasal, e mais raramente no setor temporal.

Quadro Clínico

A característica clínica do pterígio varia de acordo com seu estágio de evolução. Em sua forma inicial, observa-se um pequeno crescimento da conjuntiva em direção a córnea, através do limbo.
Esta forma incipiente possui poucos vasos. Com a progressão, os vasos sangüíneos tornam-se dilatados e congestos, a córnea torna-se irregular, podendo haver comprometimento do eixo visual se o pterígio atinge o centro da córnea. Um depósito de ferro pode ser observado na borda do pterígio (linha de Stocker) significando cronicidade.
A localização fora da zona interpalpebral é considerada atípica e nesses casos outras etiologias como ceratoconjuntivite flictenular e malignidade devem ser consideradas.

Tratamento

O tratamento inicial deve ser clínico, orientando-se o paciente a proteger seus olhos da luz solar com óculos escuros e lubrificantes oculares para evitar ressecamento.
Se ocorrer inflamação e edema deve-se usar colírio com vasoconstritores para prevenir elevação do tecido e formação de defeito do filme lacrimal na área subjacente. Corticosteróides de baixa concentração podem ser prescrito por curto período de tempo.
A intervenção cirúrgica está indicada por motivo cosmético ou funcional quando a progressão da lesão coloca em risco a visão ou quando há formação de simbléfaro limitando a mobilidade ocular. Se nenhuma destas indicações existe, é melhor tratar o pterígio clinicamente, já que a recorrência após a cirurgia é freqüentemente mais agressiva do que a lesão primária.
Existem múltiplas técnicas cirúrgicas para a remoção do pterígio, todas elas apresentando possibilidade de recidiva. Vários tratamentos para evitá-la após a cirurgia são preconizados. O mais comum é a irradiação beta com estrôncio 90 aplicado na esclera próxima ao limbo, num total de 1.000 a 1.500 rad divididos em 6 aplicações. As complicações mais freqüentes com este tratamento são: escleromalácia, afinamentos esclerais graves e mesmo endoftalmite.
Outra forma de tratamento é o uso tópico de thiotepa, agente antineoplásico, que deve ser utilizado de 4 a 6 vezes ao dia por 6 a 8 semanas no período pós-operatório.

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