Localiza-se principalmente na área interpalpebral, no setor nasal, e mais
raramente no setor temporal.
Quadro Clínico
A característica clínica do pterígio varia de acordo com seu estágio de evolução.
Em sua forma inicial, observa-se um pequeno crescimento da conjuntiva em direção
a córnea, através do limbo.
Esta forma incipiente possui poucos vasos. Com a progressão, os vasos sangüíneos
tornam-se dilatados e congestos, a córnea torna-se irregular, podendo haver
comprometimento do eixo visual se o pterígio atinge o centro da córnea. Um
depósito de ferro pode ser observado na borda do pterígio (linha de Stocker)
significando cronicidade.
A localização fora da zona interpalpebral é considerada atípica e nesses
casos outras etiologias como ceratoconjuntivite flictenular e malignidade
devem ser consideradas.
Tratamento
O tratamento inicial deve ser clínico, orientando-se o paciente a proteger
seus olhos da luz solar com óculos escuros e lubrificantes oculares para evitar
ressecamento.
Se ocorrer inflamação e edema deve-se usar colírio com vasoconstritores para
prevenir elevação do tecido e formação de defeito do filme lacrimal na área
subjacente. Corticosteróides de baixa concentração podem ser prescrito por
curto período de tempo.
A intervenção cirúrgica está indicada por motivo cosmético ou funcional quando
a progressão da lesão coloca em risco a visão ou quando há formação de simbléfaro
limitando a mobilidade ocular. Se nenhuma destas indicações existe, é melhor
tratar o pterígio clinicamente, já que a recorrência após a cirurgia é freqüentemente
mais agressiva do que a lesão primária.
Existem múltiplas técnicas cirúrgicas para a remoção do pterígio, todas elas
apresentando possibilidade de recidiva. Vários tratamentos para evitá-la após
a cirurgia são preconizados. O mais comum é a irradiação beta com estrôncio
90 aplicado na esclera próxima ao limbo, num total de 1.000 a 1.500 rad divididos
em 6 aplicações. As complicações mais freqüentes com este tratamento são:
escleromalácia, afinamentos esclerais graves e mesmo endoftalmite.
Outra forma de tratamento é o uso tópico de thiotepa, agente antineoplásico,
que deve ser utilizado de 4 a 6 vezes ao dia por 6 a 8 semanas no período
pós-operatório.
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