quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A importância das medidas na adaptação das lentes progressivas

               
Escolhi esse assunto por que é muito importante no processo de adaptação das lentes progressivas.  As lentes progressivas possuem uma estrutura dividida em um campo de visão de longe, um corredor progressivo, campo de visão de perto e as zonas de distorções cromáticas situada na periferia das lentes que fica aproximadamente das bordas.
Para uma adaptação eficaz desse tipo de lente oftálmica é necessário muito rigor nas medias, por que são as medidas que vão definir uma centralização e uma melhor transição do olho do usuário, ao que chamamos corredor progressivo, que liga o campo de longe ao perto progressivamente. Quando a DNP (distância naso pupilar) é tirada de uma forma errônea, e fica milimetricamente errada, o usuário não consegue ter uma acuidade visual nítida em alguns casos. O que pode acontecer nesses casos é o usuário na hora de converge os olhos para olhar para perto, ele pode enxergar fora do que chamamos corredor progressivo devido a DNP não esta centralizada com o centro pupilar do usuário e o centr   o geométrico da lente progressiva, e o usuário passa a enxerga na zona de distorção cromática fora do corredor progressivo. 
E esse usuário possivelmente pode não enxerga com nitidez tanto para longe, quanto para perto. E podendo até mesmo gerar prismas indesejados na lente.                                                                             O mesmo acontece quando tiramos a chamada altura de montagem das lentes progressivas, que com um pincel reto projetor marcamos o centro pupilar que situa em cima da pupila até o aro inferior da armação. Quando essa altura é tirada um pouco acima da linha da pupila, o usuário ao olhar para longe ele enxergara no corredor progressivo e não no campo de longe, tirando toda e qualquer nitidez da visão de longe desse usuário. Notamos isso quando o usuário abaixa os óculos além do normal para ter uma visão nítida de longe. 
Quando a altura de montagem é tirada um pouco abaixo da linha da pupila, o usuário terá certa dificuldade ao enxergar para perto. E fica notável quando o usuário levanta os óculos um pouco acima do normal para ter uma visão nítida de perto. Quando a armação possui plaquetas podemos em alguns casos compensar essa diferença de altura no ajuste das plaquetas.
Para uma adaptação saudável e confortável dos novos usuários das lentes progressivas, as medidas como DNP e altura do centro óptico, devem estar perfeitamente centradas. Hoje podemos dizer que a maioria dos casos de não adaptação com as lentes multifocais do tipo progressivas está ligada as medidas de montagem das lentes. Visando isso, é fundamental que os novos consultores ópticos tenham uma orientação eficaz, seguida de treinamentos com as diversas técnicas de medidas, para uma tomada de medida eficiente e objetiva. E assim deixaremos de nos atentar a vender apenas um óculos, e passaremos a vender saúde visual.
                                                                                                               
                                                                                        Vandeir Junior CROO 3462
vandeir_junior@yahoo.com.br

                                            

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A importância dos óculos de sol

Algumas pessoas com certeza já se queixou para você o porquê de não usa óculos de sol, e a resposta na grande maioria das vezes é essa: É porque sinto dores de cabeça, e um certo desconforto visual? E isso é comum ouvir de usuários de óculos solares. O que causa esse desconforto? Não só a questão da proteção UV, outra questão pouco comentada é a formação de pequenos prismas, formados pela curvatura das lentes “planas” ou de pequenos prismas indesejados no ato de fabricação das lentes, dispostos de uma maneira errado encontrado em óculos paralelos.Alguns óculos solares têm suas lentes com uma pequena inclinação, no sentido horizontal, ficando as bordas temporais mais próximas dos olhos, do que as bordas nasais. A causa é a alta curvatura das lentes que as aproximam mais do lado temporal do que o lado nasal. Isso gera um pequeno prisma, pela inclinação da lente. Isto obriga os olhos a tomarem uma distância pupilar maior, que incomoda o usuário. Incomoda por que olhos estão acostumados a convergir, quando olhamos para perto e esse exercício dos olhos é natural, mas ao contrário, quando divergem, torna-se incomodo. Sabemos que alguns fabricantes de óculos solar já fazem uma compensação prismática para evitar o chamado desconforto visual tão questionada pelo o usuário.
Outra pergunta bastante comum feita pelos usuários de óculos é: “ Esse óculos tem proteção Ultra Violeta (UV)”. Para entendermos melhor, é fundamental saber que a Radiação Ultra Violeta é considerado um fenômeno físico, por que é uma onda. A radiação Ultra Violenta é o comprimento de onda menor que 400nm (nanômetro). Sua principal fonte é o sol, lembrando que algumas lâmpadas também emitem radiação UV. Os raios UV são classificados UVA com o comprimento de onda de 320 a 400nm. UVB com o comprimento de onda de 280 a 320 e UVC de 200 a 280nm. Essas radiações ultra violeta podem causar danos para nossa saúde visual. A exposição dos nossos olhos aos raios UV pode gerar alguns danos e patologias oculares por exemplo,  Fotoqueratite, catarata, diminuição da visão, hemorragia intraocular, alterações na percepção de cores, queimaduras superficiais, pterígio, dentre outras. O melhor mesmo é a prevenção com óculos de sol de qualidade.
E é por isso que os profissionais do seguimento óptico deve orientar os usuários do perigo que é para saúde visual comprar replicas de óculos nas ruas e em mercados populares. Procure especialista na área para indicar o melhor para você, lembre-se com saúde não se brinca.

    vandeir_junior@hotmail.com                                      Vandeir Junior

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A história dos óculos

O fato é que, mais cedo ou mais tarde, a quase totalidade da população mundial acabará necessitando usar óculos em alguma fase de sua vida. Mesmo com o avanço da Oftalmologia, com a invenção das lentes de contato e as últimas conquistas da Cirurgia Refrativa, os óculos continuam sendo o instrumento mais usado, mais seguro e mais prático para a Humanidade enxergar melhor.
Estudo apresentado no "XXII Congress of the Pan American Association of Ophthalmology" realizado em Orlando, USA, revela que 60 % da população dos Estados Unidos da América do Norte, cerca de 160 milhões de pessoas, usam óculos sob prescrição médica. O estudo mostra ainda que 30 % da renda total recebida pelos médicos Oftalmologistas americanos é proveniente da atividade relacionada com os óculos e lentes de contato.

Fato este que determina esta atividade como sua principal fonte renda em comparação com a renda atribuída ao tratamento de doenças oculares (21 %), cirurgia, incluindo a moderna cirurgia refrativa (23 %) e outras atividades, tais como ensino, pesquisa, administração, perícias, etc. somando em conjunto 26 %.
As lentes transformaram a ciência e a cultura através do microscópio e do telescópio, possibilitando o descobrimento de outros mundos: o microcosmo dos micróbios, vírus e átomos e o macrocosmo das longínquas galáxias. A invenção dos óculos revolucionou a vida dos homens possibilitando um aumento na sua capacidade visual.
As origens
Desde a Antiguidade, a história do homem na Terra é marcada por tentativas de enxergar mais e melhor. Os primeiros registros históricos sobre a existência de lentes rudimentares foram escritos na China pelo filósofo Confúcio, em 500 AC. Estas lentes primitivas eram feitas de cristais com um polimento tosco e não eram óculos propriamente ditos, como os conhecemos hoje em dia. Acreditava-se que tinham várias propriedades medicinais além de prolongar a vida das pessoas. Tinham força como amuleto, mas ainda eram de uso visual limitado.
Mesmo durante o Império Romano ainda não existiam óculos. Marcus Tulius Cícero, senador de Roma, grande escritor e eloqüente orador, em 62 AC, escreveu uma carta a seu amigo Atticus, mencionando que a idade estava chegando e sua visão vinha diminuindo ao ponto que já não conseguia mais ler sozinho. A solução encontrada foi que Marcus Tulius Cícero teve que comprar escravos especialmente para ler.

Pedras de leitura
Embora Ptolomeu, no Egito, descobrisse leis ópticas fundamentais da refração da luz por volta do ano 150 da era Cristã, somente na Idade Média os monges começaram a desenvolver a chamada "pedra de leitura", segundo as teorias mais aperfeiçoadas do matemático árabe Alhazen, que viveu em Basra aproximadamente no ano 1000 depois de Cristo.

Esta pedra funcionava como uma lupa primitiva que aumentava o tamanho das letras, e era composta basicamente de cristal de quartzo hialino ou de pedras semipreciosas que tinham lapidação e polimento. Uma das pedras mais cobiçadas era o Berilo por seu brilho, beleza e grande transparência. Aliás, foi do seu nome que derivou a palavra "brilho".
Uma destas primeiras pedras de leitura é representada fielmente no livro e filme de Umberto Eco - "O Nome da Rosa", onde ele mostra bem o grande valor e poder que essas pedras tinham naquela época.
Em 1267, o monge franciscano britânico, Roger Bacon, conhecido como "Doutor admirável", conseguiu demonstrar que pessoas com deficiência visual conseguiam ver melhor através de lentes lapidadas, levando ao Papa um exemplar de uma destas lentes de leitura.

Naquela época, os antigos viajantes que se aventuravam e conseguiam retornar vivos das viagens ao extremo Oriente contavam que os chineses já faziam uso de óculos no início do primeiro milênio da era Cristã. Marco Polo relatou em seu livro sobre suas viagens ao Oriente que óculos eram de uso corrente na China, na corte de Kublai Khan, por volta do ano 1275 AD.
fabricação
Entretanto a verdadeira origem dos óculos tem levantado muitas conjecturas e controvérsias e nem todas são baseadas em evidências históricas precisas. De fato, não existiu um único inventor dos óculos, mas sim inúmeras pessoas anônimas, tanto no Oriente quanto no Ocidente, que foram contribuindo aos poucos, ao longo dos anos, para aperfeiçoar este valioso instrumento visual para a humanidade.
Tudo indica que uma armação montada com um par de lentes para se colocar na frente dos dois olhos, com a finalidade de leitura, surgiu em Veneza entre 1270 e 1280, pois esta próspera cidade e a vizinha ilha de Murano dominavam o comércio de vidro naquela época. Ao mesmo tempo também, no extremo Oriente, se desenvolvia na China o aperfeiçoamento dos óculos, pois o conhecimento se intercambiava depressa ao longo das rotas de comércio na Ásia Central abertas por Genghis Khan.
É interessante citar que na igreja Santa Maria Maggiore de Florença, no túmulo de Salvino d´Armato, morto em 1317, está gravada na sua lápide a seguinte inscrição:
"Aqui jaz Salvino d´Armato, de Florença, Inventor dos óculos; Deus perdoe seus pecados. Anno D. MCCCXVII".
No entanto essa paternidade é controversa, a começar pela construção do seu próprio túmulo com um busto de um desconhecido Greco-Romano do ano 100 A D.        
Na Renascença, o desenvolvimento intelectual e cultural aumentou de forma muito acentuada paralelamente ao desenvolvimento técnico e científico. E certamente existiram dois grandes marcos nesta evolução: um foi a invenção tipográfica por Gutemberg em 1440, e o outro foi a invenção dos óculos que possibilitou a leitura das letras pequeninas que surgiram com a imprensa. Naquela época, usar óculos significava ter um grande saber, denotava cultura e erudição e era símbolo de status e nobreza.

Na Europa daqueles tempos, os pioneiros na fabricação de lentes de cristal lapidado e vidros ópticos foram o vidreiros de Veneza, ficando famosa a oficina de arte vidreira de Murano. Lá foram produzidas as primeiras lentes lapidadas para a civilização ocidental enxergar melhor. Aos poucos este conhecimento foi se difundindo e se estabelecendo  em outras cidades da Europa, tais como Nuremberg e Augsburg na Alemanha e Rouen e Flanders na França.
Entretanto, não se encontravam óculos por toda parte. Eles eram raros, custavam caríssimo e eram considerados verdadeiras jóias. Seu valor era tal que eram relacionados em inventários de bens de família e deixados em testamentos como herança, assim como fez Charles V, o sábio, rei da França (1364-1380).
Existe um registro histórico na China, durante a dinastia Ming (1260-1368), que um rico senhor trocou uma parelha de finos cavalos de raça por um par de óculos.

Usos
No início eles começaram a ser usados somente para a visão de perto, para leitura, para corrigir a Presbiopia ou "vista cansada". Aos poucos eles passaram a ser usados também para a correção da Hipermetropia. Entretanto o primeiro registro do uso para a Miopia só foi feito em 1441 por Nicolaus Cusanus em seu livro "De Beryllo". Já a correção do Astigmatismo, por meio de lentes cilíndricas, só aconteceu bem mais tarde, na Inglaterra, em 1827.

Antes disso, em 1611, Kepler já havia introduzido o uso de prismas. E, em 1784, Benjamin Franklin, o famoso estadista americano, que também era inventor, cientista e filósofo, inventou os bifocais, que tanto benefícios trouxe às gerações futuras. A introdução dos multifocais só foi possível há relativamente pouco tempo, com o avanço da tecnologia de fabricação de lentes nos anos 70.
 
Lentes de Contato
A primazia das idéias relativas às lentes de contato está registrada nos escritos de Leonardo da Vinci (1452-1519). Apesar de outros antigos estudos teóricos realizados por René Descartes em 1637 e Thomas Young em 1827, a lente de contato só saiu do anonimato das pesquisas e se popularizou após 1950.

Artes
A primeira manifestação dos óculos nas artes é um quadro de Tommoso da Morena, datado de 1352, que está na Igreja de São Nicolo em Treviso, na Itália. Representa o rosto do Cardeal Hugo de Treviso usando um daqueles óculos primitivos que consistiam de duas lentes redondas com aros de metal unidas por um pino central em cima do dorso do nariz.   
São Jerônimo, padroeiro dos óticos, tradutor da Bíblia para a língua latina, conhecida como "Vulgata", sempre é representado junto com um leão, uma caveira e um par de óculos. Entretanto estas pinturas, realizadas em datas bem posteriores, tem um caráter  simbólico, pois na época em que viveu (347 AD - 420 AD) os óculos não tinham sido ainda inventados.

Na linguagem simbólica dos místicos cristãos podemos entender o leão como representando a força e a coragem, a caveira simbolizando a mortalidade do homem carnal e os óculos significando a visão, tanto a exterior, dos olhos como órgãos dos sentidos, quanto a visão interior da consciência.

Literatura
Na literatura, o livro mais antigo que trata dos óculos é o trabalho de Nicolaus Cusanus, publicado em 1441, intitulado "De berillo". Depois vem o "Uso de los antojos" de Benito Daça de Valdes (Sevilla, 1623). E "L´occhiale all´occhio" de Carlo Antonio Manzini (Bologna, 1660).

Armações
armaçãoOs óculos não nasceram com este aspecto que hoje os conhecemos. Percorreram um longo caminho, se modificando aos poucos até chegar na atual forma.
Os primeiros óculos eram feitos de uma só lente. Tanto que a palavra "óculo" significa apenas uma lente como um monóculo. O instrumento completo com duas lentes montadas em uma armação no rosto é denominado um "par de óculos" ou abreviadamente "óculos", no plural.
Os primeiros modelos eram constituídos por duas lentes presas no meio por um rebite, que se abriam ou fechavam em forma de "V" invertido, apoiando-se no dorso do nariz, sem as hastes laterais.
A mais antiga pintura de um par de óculos, datada de 1352, mostra duas lentes redondas como se fossem dois monóculos de metal presos no centro acima do nariz por um pino, ficando apoiado no dorso nasal.
Os óculos considerados os mais antigos ainda existentes encontram-se preservados no museu de Nuremberg e pertenceram ao Burgomestre de Nuremberg que viveu de 1470-1530. São constituídos de duas lentes biconvexas redondas unidas por uma sólida peça de couro.
Essas armações de couro foram sendo substituídas aos poucos por outros materiais: madeira, chifre, casca de tartaruga, osso, marfim e metais, tais como, ferro, prata, ouro e outras ligas. Novos materiais foram sendo desenvolvidos, modificados e introduzidos no mercado até chegar aos modernos e sofisticados  compostos plásticos, resinas, nylon e policarbonatos, sempre em busca de um melhor design, de mais conforto, durabilidade, leveza e resistência.
O primeiros óculos não tinham as hastes laterais e se apoiavam no nariz como os "Pince-nez", com uma ponte fixa e flexível que se prendia no nariz. Ou os "Lorgnon" que tinham uma haste lateral inferior para segurar com a mão.
No princípio a fixação era feita por cordéis ou fitas de couro amarradas atrás da cabeça ou passando por trás das orelhas pendendo sobre o peito com um contrapeso. Depois dos amarrilhos surgiram as hastes laterais com molas espirais pressionando as têmporas para segurar os óculos na posição.

Em 1730 foram inventadas as hastes laterais rígidas para se apoiar nas orelhas e posteriormente apareceram as hastes laterais com angulação para melhor apoio e fixação no dorso do pavilhão auditivo. Mais tarde, em 1752, foi inventado em Londres as hastes laterais dobráveis, facilitando bastante o manejo pelos usuários.
Lentes
As primeiras lentes eram fabricadas por artífices muito habilidosos que poliam e lapidavam os cristais de quartzo ou pedras semi-preciosas relativamente mais transparentes, tais como o topázio ou berilo, mas a tecnologia era primitiva e os óculos ficavam toscos e rudimentares. O desenvolvimento das lentes em maior escala e em melhor qualidade só foi possível com o desenvolvimento das lentes de vidro com boa qualidade óptica.
A existência do vidro remonta aos tempos pré-cristãos e existem registros históricos afirmando que no Egito, em 1500 A.C., já existia uma bem estabelecida indústria vidreira. Segundo a tradição acreditava-se que este conhecimento vinha do sábio alquimista Hermes Trimegisto.
O encontro de vidro nas ruínas de Pompéia confirmou que o fabrico de vidro já era bem estabelecido antes do ano 79 A. D., quando houve a grande erupção do Vesúvio.
Entretanto, o vidro só foi aperfeiçoado para ser usado como lente de óculos em Veneza no início do século XIV, ficando famosas as lentes produzidas na Oficina Vidreira de Murano. Mais tarde, no século XVI, floresceu na Alemanha uma indústria de produção de lentes de cristal de vidro de muito boa qualidade, particularmente na cidade de Nuremberg que se tornou-se um centro de alta reputação.
A invenção do telescópio por Galileu em 1608 foi um estímulo muito grande para o desenvolvimento de lentes de alta qualidade óptica.
fontes de pesquisas:
*Médico Oftalmologista formado pela FMUSP e residência médica no Hospital das Cntlínicas da FMUSP
*Médico Oftalmologista da Faculdade de Saúde Pública da USP
*Pós-graduação na University of Cambridge - Addenbrooke´s Hospital - Inglaterra
*Ex-Médico Supervisor da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da FMUSP
*Título de Médico Especialista em Oftalmologia pela Associação Médica Brasileira e pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia
*Fellow of the American College of Surgeons - USA
*Membro do Instituto de Oftalmologia Barraquer - Barcelona - Espanha
*International Member of the American Academy of Ophthalmology - USA e http://www.opticanet.com.br
 vandeir_junior@hotmail.com
                                                                Vandeir Junior

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O globo ocular

O globo ocular, com cerca de 25 milímetros de diâmetro, seu comprimento, no sentido antero posterior, é de 24 mm, é o responsável pela captação da luz refletida pelos objetos à nossa volta. Essa luz atinge em primeiro lugar nossa córnea, que é um tecido transparente que cobre nossa íris como o vidro de um relógio. Em seu caminho, a luz agora passa através do humor aquoso, penetrando no globo ocular pela pupila, atingindo imediatamente o cristalino que funciona como uma lente de focalização, convergindo então os raios luminosos para um ponto focal sobre a retina. Na retina, mais de cem milhões de células fotossensíveis transformam a luz em impulsos eletroquímicos, que são enviados ao cérebro pelo nervo óptico. No cérebro, mais precisamente no córtex visual ocorre o processamento das imagens recebidas pelo olho direito e esquerdo completando então nossa sensação visual. O olho humano é um órgão da visão, no qual uma imagem óptica do mundo externo é produzida e transformada em impulsos nervosos e conduzida ao cérebro. Ele é formado pelo globo ocular e seus diversos componentes. Basicamente se restringe a uma lente positiva (convergente) de alto poder refrativo e é formado pela córnea, com +44,00 diop. e o cristalino com +14,00 diop. num total de +58,00 diop... Entenda-se que estes dados são básicos e naturalmente variações existem. Os raios luminosos, paralelos, vindos do infinito, penetram no olho pela pupila, convergem-se (com o poder dióptrico positivo) encontrando-se na retina, mais precisamente na fóvea central, que é circundada pela mácula, proporcionando assim visão nítida, o que ocorre com os olhos de visão normal, conhecida como "emétropes".   Uma curiosidade: as imagens, que se projetam dentro do olho, são invertidas, ou seja, de cabeça para baixo.Isto é o que ocorre com todo sistema óptico, quando é disposto além da sua distância focal. O cérebro faz a inversão da imagem, colocando-a na posição correta e nos dá a sensação que estão na posição normal. O propósito do olho humano, no processo da visão, é formar uma imagem, no fundo do olho, que é conhecida genericamente como "retina". Podemos considerar que o olho é um instrumento óptico, por tal performance. A necessidade de lentes de óculos, em frente do olho, é determinado pela inexatidão com que esta imagem é formada na retina. Nos casos em que a imagem, ou o encontro focal, acontece fora da fóvea central, provoca uma imagem borrada ou desfocada. Esta imagem é corrigida com lentes oftálmicas com poderes dióptricos, que compensam as deficiências visuais, desde que necessária para fazer a compensação e obtenção de boa visão.
                                                    Vandeir Junior
 vandeir_junior@yahoo.com.br

sábado, 22 de junho de 2013

Gás lacrimogêneo pode comprometer a visão

De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, é nos olhos que podem ocorrer complicações mais graves após a exposição ao gás lacrimogêneo que vem sendo utilizado para conter as manifestações.

Composto de substâncias tóxicas como clorobenzilideno, dibenzoxazepine ou cloroacetofenona o gás provoca irritação ocular, nas vias respiratórias, pele e trato digestivo que geralmente duram uma hora ou mais, dependendo do tempo de exposição e da ventilação, destaca.


Maior contaminação

O médico explica que a reação do olho quando entra em contato com o gás é de defesa. Por isso ardem, lacrimejam muito, ficam vermelhos e a córnea dilata fazendo a visão ficar embaçada. "A reação natural das pessoas é levar as mãos aos olhos. Isso só piora o efeito porque espalha as substâncias na superfície e pode aumentar a penetração", adverte. A irritação dos olhos também pode piorar quando são usados panos enrolados na cabeça ou pintura no rosto. "Os panos e as pinturas ficam impregnados pelo gás o que aumenta a evaporação das substâncias. Quem estiver com conjuntivite que é bastante comum nesta época do ano e pessoas alérgicas devem ficar bem longe das manifestações

Não podemos nos esquecer, comenta, dos 2 milhões de brasileiros que usam lente de contato. Devem ser retiradas imediatamente do olho porque podem ficar contaminadas e provocar lesões na córnea.

Como se proteger

Queiroz Neto afirma que para proteger os olhos o ideal é usar óculos fechados nas laterais. Em caso de contato com o gás ensina tirar os óculos, e lavar com bastante água. Permanecer com os óculos contaminados piora a irritação dos olhos.  Na opinião do médico as lentes gelatinosas não devem ser reutilizadas nem após a higienização. "Neste caso devem ser descartadas porque podem sofrer alterações que podem comprometer a saúde da córnea", adverte.  Aos usuários de lentes rígidas recomenda fazer a desimpregnação em um centro especializado antes de reutilizar.

Em caso de falta de proteção a recomendação é lavar os olhos com água fria até desaparecer o desconforto e não coçar ou tocar os olhos com as mãos sujas. Quem quer participar das manifestações deve usar roupas bem fechadas para evitar o contato da pele com o gás, mas jamais retirar a roupa pela cabeça para não tocar a boca e os olhos com o tecido, comenta.

Grávidas, alérgicos e asmáticos devem ficar longe dos ativistas. Para estes grupos as conseqüências do gás lacrimogêneo podem ser fatais apesar de ser considerada uma arma branca, conclui.


Fonte: LDC Comunicação
                        
                                                      Propagador Vandeir Junior

sábado, 15 de junho de 2013

Dor de cabeça e óculos de sol


 Algumas pessoas já se queixaram do por que não usa óculos de sol, e as queixas na grande maioria das vezes é essa;É porque sinto “dores de cabeça”. E isso é comum ouvir de usuários de óculos solares. O que causa essa dor de cabeça? A principal causa é a formação de pequenos prismas, formados pela curvatura das lentes “planas” ou de pequenos prismas indesejados no ato de fabricação das lentes, dispostos de uma maneira errado. Que em muitos casos passa despercebido pelo controle de qualidade do fabricante. É por isso que os profissionais do seguimento óptico deve sim orientar os usuários do perigo que é para saúde visual comprar replicas de óculos nas ruas e em mercados populares. Alguns óculos solares têm suas lentes com uma pequena inclinação, no sentido horizontal, ficando as bordas temporais mais próximas dos olhos, do que as bordas nasais. A causa é a alta curvatura das lentes que as aproximam mais do lado temporal do que o lado nasal. Isso gera um pequeno prisma, pela inclinação da lente. Isto obriga os olhos a tomarem uma distância pupilar maior, que incomoda o usuário. Incomoda por que olhos estão acostumados a convergir, quando olhamos para perto e esse exercício dos olhos é natural, mas ao contrário, quando divergem, torna-se incomodo. Uma das soluções para  os fabricantes de óculos solares e os próprios montadores, e que os primas indesejáveis pode ficar de forma horizontal mais para a base nasal e não para base temporal, essa seria uma das alternativas. Sabemos que alguns fabricantes de óculos de curva 9,00 já fazem uma compensação prismática para evitar a chamada “dor de cabeça” tão questionada pelo o usuário.Orientar o seu cliente e ajudar na escolha do óculos é a melhor saída, pois assim você estará evitando todo o constrangimento pós compra. Uma boa orientação ainda é a arma mais forte para fidelização. Pense nisso e boas vendas!

                                                                                                            Autoria Vandeir Junior
                                                                           vandeir_junior@hotmail.com

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Usar o computador mais de três horas por dia pode prejudicar os olhos, alerta especialista

   

A era digital, não trouxe apenas agilidade e desenvolvimento para as pessoas. Passar horas em frente o computador, por diversão ou a trabalho, pode prejudicar a saúde dos olhos. Dores de cabeça, olhos vermelhos e secos e dificuldade em conseguir foco são alguns sintomas da Síndrome da Visão do Computador.

"Esses sintomas são característicos da Síndrome da Visão do Computado que pode aparecer quando a pessoa fica na frente do computador mais de três horas por dia. Está é uma reação natural dos olhos à tensão a que são submetidos, já que o usuário precisa forçá-los constantemente para conseguir foco e enxergar imagens a partir dos chamados pixels", afirma André Rangel, oftalmologista membro da Academia Americana de Oftalmologia (AAO).

Os fatores ambientes também interferem. O ar-condicionado forte e luz inadequada podem interferir na lubrificação dos olhos, deixando-os mais secos, provocando incômodo.

Segundo o especialista esses sintomas não aparecem apenas com o uso prolongado do computador, "todas as atividades que exigem mais concentração como: ler um livro, jogar vídeo game ou assistir televisão, quando praticadas por um longo tempo provocam desconforto".

"Com a mudança de alguns hábitos é possível evitar o desconforto visual. Se a pessoa trabalha o dia todo o indicado é que a cada 50 minutos no computador, descanse ao menos cinco minutos. Piscar mais, mesmo que voluntariamente, é indicado para ajudar na lubrificação dos olhos, usar óculos quando necessário. Ambientes bem iluminados também ajudam na prevenção", aconselha o médico.

Para o diagnóstico preciso e um tratamento adequado o médico indica sempre a procura por um especialista.


domingo, 7 de abril de 2013

Olho vermelho. O que pode ser?


O Olho vermelho (ou síndrome do olho vermelho) é um sinal de várias doenças nos olhos. A causa do olho vermelho é variada, ou seja, diferentes doenças podem causar olho vermelho como conjuntivite viral, conjuntivite bacteriana, uveite, alergia ocular, olho seco, blefarite, hemorragia subconjuntival, pterígio.
Alguns dados podem ajudar a dizer qual dessas doenças é a causa da vermelhidão do olho do paciente.
É isso que vamos tentar explicar agora, o que pode ser o olho vermelho
Olho vermelho e Conjuntivite:
A conjuntivite é uma das principais causas de olho vermelho, tanto a conjuntivite viral quanto a bacteriana.
Características do olho vermelho na conjuntivite
- acomete todo o olho, principalmente na parte interna das pálpebras
- geralmente é nos 2 olhos, podendo ser mais intensa em 1 dos olhos
- além da vermelhidão, tem secreção, lacrimejamento, muito incômodo, ardência e fotofobia. É um olho vermelho dolorido e com secreção
- pode ter coceira mas geralmente é leve
a conjuntivite é contagiosa
- dura entre 7 e 14 dias e pode melhorar mesmo sem tratamento
Conjuntivite. A vermelhidão é em todo o olho
Olho vermelho e alergia ocular
A alergia ocular ou conjuntivite alérgica também é uma importante causa de olho vermelho, principalmente em crianças. É um olho vermelho inchado, irritado e com coceira.
Características do olho vermelho na conjuntivite alérgica
- a principal característica é a coceira intensa nos olhos. (se não tiver coceira provavelmente não é alergia)
- a vermelhidão ocorre em todo o olho e não costuma ser muito intensa
- acomete os 2 olhos
- tem pouca ou nenhuma secreção e não é contagiosa
- a vermelhidão piora quanto mais a pessoa coça
- apresenta inchaço das pálpebras, principalmente se a pessoa coçar muito o olho
- ocorre mais em crianças e em pessoas com história de rinite, bronquite, sinusite
- Geralmente não melhora se não for tratado
Alergia ocular. Perceba o olho vermelho e a pálpebra um pouco inchada
Olho vermelho e a Uveite
A uveite é uma causa rara de olho vermelho mas no entanto pode ser a mais grave delas. O médico deve ser consultado rapidamente.
Características do olho vermelho na Uveite:
- geralmente só ocorre em 1 dos olhos
- costuma causar prejuízo na visão
- acomete a parte dos olhos ao redor da íris (íris é a parte colorida do olho)
não tem secreção e não é contagiosa
- geralmente não melhora se não for tratado
Uveite. Perceba que a vermelhidão fica em torno da íris
Olho vermelho associado à blefarite e ao olho seco
O olho seco e a blefarite são causas relativamente comuns de olho vermelho, principalmente em pessoas mais idosas.
Características do olho vermelho na blefarite e no olho seco
- geralmente é uma vermelhidão leve
- acomete mais a parte média do olho, ou seja, a parte que fica exposta ao ar. A parte do olho coberta pela palpebra geralmente permanece clara
não tem secreção, não é contagiosa e costuma não atrapalhar a visão
- costuma ter também sensação de areia nos olhos, ardência, sensação de ressecamento
- piora em ambientes secos, com vento, ambientes com ar condicionado
Olho seco. A vermelhidão é só na parte central do olho

O olho vermelho e o Pterígio
No pterígio, o olho não fica o tempo inteiro vermelho, tem momentos que fica piores e em outros melhores
Características do olho vermelho no Pterígio
- a vermelhidão acomete só a parte do olho aonde fica o pterígio, isto é, na parte interna, perto do nariz. O restante do olho fica normal
- tem ardência, lacrimejamento, irritação com a luz
- piora quando o olho é exposto ao vento, à luz ou a claridade intensa
- a vermelhidão melhora com colírios lubrificantes ou colírios com vasoconstritores
Pterigio. Perceba a vermelhidão só no canto do olho
Olho vermelho e uso de lente de contato
O uso crônico e frequente de lentes de contato podem deixar o olho vermelho. Geralmente, é uma vermelhidão leve e que melhora ao ficar algumas horas (ou dias) sem usar a lente. Mas é um sinal de que algo está errado e a pessoa precisa ir no oftalmologista ver se há algo errado com as lentes ou com o olho.


O olho vermelho e a hemorragia subconjuntival
A hemorragia subconjuntival (derrame no olho) (hiposfagma) é uma causa não muito comum de olho vermelho mas que chama muito atenção e preocupa muito o paciente. É comum vermos nos consultórios médicos, pessoas muito preocupadas devido à hemorragia subconjuntival. Na verdade, essa preocupação não é justificada pois esse quadro não causa nenhum transtorno à visão. Não há riscos de perda parcial ou total da visão devido a hemorragia subconjuntival

Características do olho vermelho na hemorragia subconjuntival
- é um vermelho muito intenso, não permitindo que se veja os vasos sanguíneos normais da parte branca do olho
não causa dor, não prejudica a visão, não tem secreção, não tem ardência... ou seja, a pessoa tem só a vermelhidão no olho e mais nada. Ás vezes, a pessoa só percebe que o olho está vermelho quando se olha no espelho ou alguém comenta, porque ela mesmo não sentia nada
- ocorre mais em pessoas com pressão arterial elevada (hipertensão arterial) ou que tiveram algum aborrecimento ou fizeram grande esforço físico
melhora espontaneamente, ou seja, mesmo sem tratamento em um período de 7 a 21 dias
Hemorragia subconjuntival. Perceba a vermelhidão intensa e localizada, como um derrame.
Olho vermelho na Episclerite e na Esclerite

A episclerite é uma inflamação da fina camada transparente que cobre a esclera (parte branca do olho). Já a esclerite é a própria inflamação da esclera do olho. São causas raras mas importantes de olho vermelho.
Na episclerite a inflamação se limita a uma parte do olho e ocorre uma dor leve. Na esclerite, a vermelhidão é intensa, pode acometer todo o olho ou só uma parte e a dor é intensa.
Esclerite


Episclerite

     

                                                                            Vandeir Junior /medicodosolhos.com.br