
Conhecida há mais de mil anos, a fotofobia se
caracteriza por aversão à luz. Ela atinge pessosas de todas as idades,
sobretudo as loiras, de olhos claros ou albinas. Se você tem fotofobia,
consulte um oftalmologista. O problema pode resultar de sensibilidade
excessiva à luz, de astigmatismo, de cicatrizes na córnea, de alergia e de
doenças inflamatórias e infecciosas, entre várias outras.
É comum vermos pessoas que só se expõem à luz com óculos escuros, sobretudo
nos momentos em que a claridade é mais intensa. Muitas delas agem assim,
naturalmente, só por charme, ou seja, porque gostam de óculos escuros.
Afinal, hoje eles são muito cobiçados como acessórios de moda. Outros o
fazem, no entanto, pelo fato de terem horror ou aversão à luz, o que é
chamado de fotofobia.
Pessoas de pele clara, do mesmo modo, normalmente têm
maior sensibilidade à luz. Parte desses indivíduos não tem nenhuma doença.
Apresentam tão-somente, não se sabe por quê, sensibilidade aumentada à luz na
córnea (porção anterior do olho) ou nos receptores da luz na retina (órgão no
fundo dos olhos). Mas fotofobia pode também ser sintoma de doenças. A causa
mais freqüente de fotofobia por alteração ocular é um distúrbio conhecido
como astigmatismo. Ele se caracteriza quando a córnea, que normalmente é
redonda, se torna ovalada. Desse modo, as imagens captadas pelos olhos são
projetadas não na retina, mas ora um pouco à frente dela, ora atrás, ora até
em dois planos anteriores ou posteriores a ela. A conseqüência é que quem
sofre de astigmatismo, além de ver tudo distorcido, ainda apresenta maior
sensibilidade à luz.
A fotofobia pode resultar igualmente de cicatrizes na córnea e de doenças
inflamatórias oculares às vezes relacionadas com reumatismo; toxoplasmose,
herpes e outras doenças infecciosas; doenças neurológicas, psicológicas e
psiquiátricas; alergia crônica nos olhos; e até cânceres oculares. Bebês que
nascem com fotofobia, de outro lado, podem ter glaucoma congênito (acúmulo do
líquido "humor aquoso" por defeito no sistema de escoamento, com o
aumento da pressão e do volume no globo ocular) ou conjuntivite.
Mulheres com mais de 50 anos, enfim, freqüentemente apresentam diminuição no
volume de lágrima à noite em conseqüência da menopausa; suas pálpebras grudam
nos olhos, elas se mexem e provocam "ferimento" ocular. Tais
mulheres costumam acordar, à noite mesmo ou no dia seguinte, com dores nos
olhos e também fotofobia.
O fenômeno incomoda muito. Atrapalha o dia-adia das pessoas. Portadores
muitas vezes não saem de casa durante o dia, o que os faz perderem
compromissos sociais e até se afastarem de amigos. Quem contrai demais os
músculos em volta dos olhos por fotofobia pode ter maior número de rugas e
outras marcas na região, o que os deixa envergonhados e pode torná-los ainda
mais dependentes dos óculos.
Algumas pessoas têm fotofobia uma vez e nunca mais voltam a a ter. Mas,
caso o problema persista, consulte um oftalmologista. Esse profissional está
disponível mesmo no Sistema Único de Saúde. Outra alternativa no setor
público são os serviços específicos das Faculdades de Medicina existentes nas
capitais e em muitas cidades grandes, como o Instituto da Visão, da Unifesp,
na capital paulista.
Quem tem apenas sensibilidade excessiva à luz infelizmente terá de conviver
com o problema, pois não é possível fazer nada. Somente se proteger mesmo com
os óculos escuros. Pessoas que têm cicatrizes na córnea precisam avaliar a
possibilidade de transplante. Quando a fotofobia é sintoma de doenças, os
oftalmologistas brasileiros de modo geral estão preparados para
diagnosticálas e indicar o tratamento. Quanto ao astigmatismo, enfim, é
corrigido com óculos, embora possa persistir certo grau de fotofobia.
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